terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ultima linha 2009

A ti, minha ultima linha como prova do desalinho em que me deixaste.
Porque quando passas, assim, seguindo a tua linha, me deixas todo cheio
de entrelinhas.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fronteira.



Kilometros, centímetros e milímetros.
E Entre nós a distancia do infinito.
Silêncio?
Provavelmente.
Mas nesse momento em um espaço de poucos Kilometros
Certamente milhares de cérebros gritam
Concebendo sonhos ,como os meus, de preencher,
Centímetros kilométricos como esses entre nós.
Ainda silêncio.
Se mais cinco segundos se passarem, talvez
Você saiba que meu calar fala de você.
Tento respirar.
Mas não consigo, malditos
movimentos involuntários.
Você ajeita o cabelo e sorri.
Silencio.
Só queria dizer.
É muito bom estar perto de você.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Cheiro

Perdi um presente que você não me deu
Em qualquer, qual quer, momento entre ontem e hoje
Simplesmente esqueci.
De tanto lembrar.
Mas esqueci.
Entre estantes e instantes
meses e mesas ,
Camas e Camels
Idas e vindas
pros copos na copa.
Esqueci.
Esqueci.
procuro e não encontro
peço e não volta
Peço.
Não volta.
Não .
Volta.
Volta.
Em qualquer, qual quer, momento entre ontem e hoje
Entre Camas e Camels
meses e mesas
volta.
perco
procuro
peço.
e esqueço.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dois Pontos ..

.E suas histórias.
.
.
..
:
..
Vai e
Volta
De volta
da volta
Envolta
Vá.
Mas volta.
Vá, Vá , Vá.

.
E .
Volta
In volta
Da Volta .
da volta
. .
Volta.
Envolta
De volta.

. .
..
Vái
. .
. .
. .

.
volta
volta
e
Re-volta.

*

sexta-feira, 25 de setembro de 2009


Espero que Durmas Flor
E Acordes Flor
Comeces
E recomeces
Flor.
Flor,
seja sempre flor
De tanta delicadeza
Comum entre flores
Diferente entre flores
gargalhada doce
olhos apertados
quanta delicadeza
Comum entre flores
Diferente entre flores.
Flores comumente diferentes
Diferentemente comuns
E comumente indiferentes
São capazes de machucar
Pobres rapazes
Desprevenidos.
comumente
Desprevenidos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

“Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".
E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

LARGA TUDO E VEM.


(TITULO ROOUBADO DE OSCAR SARAIVA.)

Aos poucos me encontro
Me renovo
Me reinvento
Me deixo levar
No vento.
Invento
Re In Vento
Te renovo
Reencontro
E invento.
Me perco in vento
E te encontro
Em novas pessoas
Momentos
Frases
Pensamentos
Movimentos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

De reticenciencias, etceteras e sonhos nao digeridos(Ou nao consumidos)
Levei a vida.
Inda pouco descobri o amor.
Logo depois
que a vida é que nos leva
E o tempo
nos devora.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os tres mal amados

João Cabral de Melo Neto

PA VICK

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Queria te dizer, de uma vez por todas, em um verso só.
Que cansei de ser um verso só
Um verso só
Só.
Cansei, só.
Só.
Só cansei de ser só.
Só.


Só.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sweet London


In Sweet London está você
Com uma xícara de café
E seus olhos verdes
To Sweet London te mandei
Andando em câmera lenta
Com uma música dos Beatles que lembrei
What such cold day
Tinha tanta coisa pra dizer
E poderia te aquecer
Ou te convidar pra se perder
In this Fucking cold and fog day.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Coras



Hoje vou postar um texto que não é meu, é uma poesia de Cora Coralina Poetiza Goiana que só foi publicar seu primeiro livro aos 70 anos.
se chama:

POEMINHA AMOROSO

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Marllboro


O cigarro
Contem mais de 4700 substancias,
que causam dependência Física e Psiquica.
Você também.
Não existem níveis seguros para consumo
destas substancias.
Sentindo medo e saudade
e na falta devocê
fumo meu Marllboro.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Parabéns


Saudade, coisa que dá e não passa.
Coisa que não passa.
Não passa de saudade a coisa que não passa.
Nasce como Recordação nostálgica e suave.
Cresce, se multiplica e não morre
Que sentimento mais desumano esse.
Sentimento que não passa.Que não morre, mas Mata.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pin Up!


Te prometo
Proxima vez que você ,me der boa noite
Seguro sua mão
Danço até o sapato ficar apertado
E só te solto depois do café
E do bom dia!
ou da boa noite.

terça-feira, 5 de maio de 2009

?

Eu te escrevi uma poesia na cabeça,
mas esqueci.
Eu esqueci também quando você e eu virou de fato você e eu
Ou se de fato isso aconteceu,
E Esqueci porque virou eu e eu, e você e você
Mas não esqueci como é especial
o gosto do suor
Mais inesquecível ainda. O sopro quente passando pela mão gelada
que o secava
Na verdade não esqueci nada
Apenas não entendo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Grace Kelly


Grace Kelly de Ipanema
Caminha em câmera lenta
Como estrela de cinema.
Não sou de Ipanema
Nem de Mônaco
Sou de Copacabana.
Não de família Real
Mas de família.
Real.
E na real.
Sou gente fina
Não sou bacana.
E quando você passa
andando com esse seu jeito Grace
Mesmo Very Crazy.
Mesmo que não em Ipanema
Me lembra Grace.
A Princesa que fez cinema
Só quem entende de cinema
Sabe o que estou falando.

domingo, 26 de abril de 2009

ROCK ' N ' ROLL


Isso é antes de mais nada uma confissão.
Meu dia começa
Com uma mistura meio escrota de cerveja e cigarro.
Completamente escrota.
Ta bom eu queria te ver.
So mais uma vez, sorrindo. Assim
Me conquistou, bastou achar que era pra mim
Mas se você for dançar de novo
Como dançam as mocinhas
Que gostam desse tal de rock’n’roll
Não me chama de novo não.
Por favor não faz isso de novo
não
Porque vou ficar te olhando de
longe.
Mordendo lábios
E me contentando com qualquer outra
Mistura que não importe em minha boca.